quinta-feira, 6 de julho de 2017

Santander terá juro imobiliário de um dígito

Santander terá juro imobiliário de um dígito

O Globo, Lucianne Carneiro, 06/jul

O banco Santander, que é o quarto maior em crédito imobiliário no país, vai lançar uma nova estratégia para o segmento, que inclui taxa de juros para financiamento abaixo de 10% ao ano e um sistema de pedido de empréstimos totalmente digital, pelo celular. A informação foi dada ontem pelo presidente da filial brasileira do banco, Sérgio Rial, durante o XVI Encontro Santander América Latina. A nova taxa de juros - hoje em torno de 11%, 11,5% ao ano - entra em vigor amanhã.

- Acreditamos que o segmento imobiliário será o que vai reagir primeiro no crédito. Nesta quinta-feira, vamos lançar uma iniciativa com 50 incorporadoras para lançamentos de empreendimentos financiados abaixo de 10%. O modelo de aplicativo vai reduzir drasticamente o tempo de concessão do crédito imobiliário. Hoje, o prazo médio é de 90 a 120 dias. Nossa ideia em um primeiro momento é reduzir para 60 dias - afirmou Rial.

A taxa de juros abaixo de 10% é inicialmente promocional, mas o banco espera poder torná-la permanente. A estratégia é se preparar para a retomada do crédito imobiliário, quando a crise passar. Haverá ainda um programa para as empresas, para financiar os lançamentos residenciais, também com taxa de juros de um dígito. Se os projetos incluírem reúso de água e fontes de energia renováveis, terão direito a uma taxa ainda melhor.

CRESCIMENTO DO BANCO

Rial reforçou sua aposta na continuidade do crescimento do Santander no Brasil, mas ressaltou que isso não passa necessariamente por novas aquisições. Mais cedo, a presidente mundial do banco, Ana Botín, disse que há espaço para crescimento orgânico no Brasil. Rial negou haver qualquer negociação, no momento, para a compra de plataformas de investimento digital, embora reconheça que o banco está sempre de olho em oportunidades. Rumores de mercado sugeriam interesse do Santander no Banco Original.

- O Brasil é grande o suficiente para ter um terceiro banco privado. Somos uma alternativa e estamos fazendo um importante trabalho de base, muito focado na experiência do cliente e no lado digital. Estou superconfiante com o crescimento do banco: os outros cresceram menos - afirmou Rial. - O banco não precisa comprar ninguém para continuar crescendo. 

'O BRASIL MICRO ESTÁ MELHOR'

Rial disse ainda que a economia brasileira não está paralisada por causa da crise política. Ele citou o aumento de vendas no varejo, a redução da taxa básica de juros (Selic) e o impacto dos saques das contas inativas do FGTS como exemplos de que "as coisas estão andando".

- O Brasil micro está estruturalmente melhor, com taxa de juros caindo, que ajuda a alavancar, e o FGTS teve impacto muito maior que a imprensa e o mercado foram capaz de entender - afirmou. - Não acho que a gente esteja paralisado, acho que a economia está seguindo seu rumo, de forma mais lenta. Mas acho que o país está cansado. As pessoas não aguentam mais, não sabem quem está preso...

Ele disse ainda acreditar na aprovação da reforma trabalhista. No caso da Previdência, Rial espera que pelo menos a questão da idade mínima avance:

- Se não fizermos reforma, o custo da Previdência vai chegar a 20% do PIB. O Brasil para. Do jeito que está, fica em 15% do PIB. Vocês verão pelo menos mais duas reformas. Na verdade, devemos chamar de atualização. Atualização Previdência fase 1, atualização Previdência fase 2... *A repórter viajou a convite do Santander.

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