quarta-feira, 21 de agosto de 2019

BB anuncia juro menor no financiamento imobiliário a quem pagar em prazo mais curto

BB anuncia juro menor no financiamento imobiliário a quem pagar em prazo mais curto

Publicado em 21/08/2019
Taxa de juro mais baixa será de 7,99%, oferecida a clientes que financiarem seus imóveis em até 60 meses
O Banco do Brasil anunciou que cobrará juros mais baixos em financiamento imobiliário de clientes que contratarem o crédito a prazos mais curtos. Tradicionalmente, o financiamento é de 30 anos, podendo chegar a 35 em algumas instituições financeiras.
O banco público anunciou a nova tabela nesta terça-feira (20), mesmo dia em que a Caixa, também controlada pelo governo, detalhou o financiamento imobiliário corrigido pela inflação.

PrazoTaxa de juro em % ao ano + TR
Até 60 meses7,99
De 61 a 118 meses8,05
De 119 a 178 meses8,1
De 179 a 238 meses8,15
De 239 a 298 meses8,24
De 299 a 358 meses8,29
De 359 a 418 meses8,45

No BB, a taxa de juro mais baixa será de 7,99%, oferecida a clientes que financiarem seus imóveis em até 60 meses (cinco anos). Essa taxa é a mesma do Santander, que financia em 35 anos os seus clientes.No banco público, o percentual de juros aumenta progressivamente conforme o prazo do crédito, que se estende também até 35 anos. Nesse caso, porém, o juro é de 8,45% ano ano.
Os juros da casa própria estão em queda na esteira da redução da Selic, que está em 6% ao ano e pode terminar 2019 a 5%, segundo projeções de economistas.
Também ajuda na queda o maior interesse dos bancos em oferecer empréstimos nessa linha, considerada mais segura. Como há o imóvel em garantia, o risco de calote é menor.   
Fonte: Folha Online - 20/08/2019

Caixa lança crédito imobiliário com juro a partir de 2,95% mais inflação

Caixa lança crédito imobiliário com juro a partir de 2,95% mais inflação

Publicado em 21/08/2019 , por Danielle Brant e Talita Fernandes
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Novo financiamento vai reduzir os juros para compra da casa própria
A Caixa Econômica Federal lançou, nesta terça-feira (20), uma linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA, índice oficial de preços, com o argumento de que o novo financiamento vai reduzir os juros para compra da casa própria –embora o indicador seja considerado mais instável que a TR (Taxa Referencial), usada hoje.
As taxas valem para novos contratos e já estarão vigentes a partir da próxima segunda-feira (26).
O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a presença de ministros do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo a Caixa, o saldo devedor será atualizado pelo IPCA, a exemplo do que ocorre com a TR, hoje zerada. As mudanças valem para o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), para imóveis até R$ 1,5 milhão e que permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e para o SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), para aqueles acima desse valor e sem a possibilidade de uso do Fundo.
A taxa mínima da nova linha, oferecida a clientes do setor público e com melhor perfil de risco, será de IPCA + 2,95% ao ano. Para o setor privado, a taxa parte de 3,25% ao ano mais IPCA. Nos dois casos, a taxa máxima ficará em IPCA + 4,95% ao ano —oferecida a quem não tem relacionamento com o banco.Hoje, o banco, que detém mais de 70% do crédito habitacional do país, cobra juros de 8,5% a 9,75% ao ano mais TR nas principais linhas de crédito imobiliário –no programa Minha Casa, Minha Vida, os juros são menores.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, elogiou o modelo adotado pelo banco para financiamento.  
"Nós acreditamos que esse passo de oferecer uma linha de crédito imobiliário corrigido por um índice de preços é o futuro", disse.
Durante o evento, Bolsonaro elogiou a iniciativa da Caixa e disse que outros bancos devem seguir o caminho de redução de juros. 
"Tem uma iniciativa aqui que não vai ser uma imposição. Ou eles [demais bancos] vêm atrás ou o número de clientes da Caixa, que está em 100 milhões, vai aumentar e muito. O anunciado agora aqui, traduzindo no meu linguajar de não entender de economia, acho que quem entendia afundou o Brasil, né?", brincou o presidente.
Bolsonaro, que costuma dizer que não entende de economia, se disse à vontade em discursar depois das falas de Guimarães e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por estar usando um crachá da Caixa, que ganhou do presidente do banco público. 
Os contratos poderão ter prazo de até 360 meses, na tabela SAC —em que prestações diminuem com o tempo—, e valor máximo financiado de 80%. 
Para obter o financiamento, o cliente só poderá ter, no máximo, 20% de renda comprometida —hoje, o percentual é de 30%. Ou seja, a nova linha será oferecida a quem tem mais folga no orçamento e, portanto, risco menor de dar calote.
Na tabela Price, em que a amortização do principal é menor e a prestação tem valor fixo, o comprometimento de renda permitido é ainda menor: 15%.
Para especialistas, a oscilação do IPCA pode tornar o financiamentomais arriscado e caro ao cliente, principalmente pelo longo prazo do crédito –o contrato pode ter duração de 30 anos. O IPCA é mais agressivo, respondendo mais rapidamente a alguma turbulência econômica. A TR é menos instável e hoje está zerada. O saldo devedor, portanto, não sofre correção na prática.
A mudança foi aprovada em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) realizada na última semana.
Com a nova linha de crédito, a Caixa quer emprestar mais, ancorando-se na possibilidade de empacotar esse crédito e vendê-lo a investidores –que vão avaliar se vale correr o risco de inadimplência de clientes, em vez de optar pela segurança de um título público que, hoje, remunera IPCA mais 3% ao ano, em média.
Recentemente, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, estimou que poderá emitir até R$ 100 bilhões em papéis lastreados com financiamentos imobiliários. No primeiro ano, esse número seria de R$ 10 bilhões.
Cálculos conservadores indicam que a Caixa poderia dobrar sua carteira de crédito habitacional, passando dos atuais R$ 449 bilhões, no primeiro trimestre deste ano, para quase R$ 1 trilhão.
Nos EUA, o mercado de securitização imobiliária causou uma das mais graves crises financeiras mundiais. Em 2008, grandes bancos foram à lona por terem adquirido títulos podres de hipotecas americanas.
Com a mudança, a Caixa se alinha à estratégia do governo de reacender a economia –indicador do Banco Central sugere que o Brasil está em recessão técnica, apontando dois trimestres seguidos de queda do PIB (Produto Interno Bruto).
Em junho, a Caixa anunciou redução de 1,25 ponto percentual nas taxas de juros para financiamentos imobiliários concedidos com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que hoje responde por quase 40% do total dos financiamentos.
Também abriu rodadas de renegociação de contratos em atraso concedendo, em alguns casos, até 90% de descontos de juros. Essa campanha atingiu 2,3 milhões de pessoas.
IMPRENSA
Bolsonaro aproveitou a cerimônia para dirigir críticas à imprensa. Ao falar sobre as dificuldades dos brasileiros em adquirir a casa própria, o presidente disse que seu pai chegou a atrasar aluguel diversas vezes.
"Aqui eu acho que muita gente, como a minha família, teve problema com casa própria no passado. Não tínhamos, e era uma dificuldade realmente pagar o aluguel. Às vezes atrasa. Quantas vezes meu pai atrasou o aluguel com sete filhos, né? Tinha problema", contou.
Ao citar o exemplo do pai, em tom irônico, sugeriu uma pauta para os repórteres.
"Uma sugestão de pauta para imprensa: procure a vida pregressa dele [pai do presidente]. Já teve problemas com o exercício ilegal da profissão. Já teve", afirmou.
Bolsonaro foi interrompido por risadas e aplausos da plateia que o assistia. Ele voltou a criticar a publicação de matérias sobre o passado da avó de sua mulher, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
"Agora, é uma covardia o que vocês fazem com a avó da Michelle. Uma covardia. Uma covardia inenarrável. Isso não faz parte de uma imprensa limpa e sadia. Isso é uma imprensa que realmente não merece a confiança da população. A gente lamenta isso daí. Uma pessoa que já pagou pelo seu crime, mais de 20 anos depois ser rememorado?" indagou.
Ele perguntou ainda quem não tem problema com seus parentes e disse recomendar a seus ministros que eles pautem suas vidas "daqui para frente". 
Na semana passada, Bolsonaro disse que Michelle estava arrasada com a publicação de histórias envolvendo sua família, entre elas a divulgação de que sua avó foi presa por tráfico de drogas e que dois tios maternos enfrentam problemas com a polícia.
Na ocasião, ele reconheceu que as reportagens publicadas pela revista Veja e pelo jornal Metrópoles sobre a família da primeira-dama são verdadeiras. O presidente questionou, no entanto, o “ganho jornalístico” com a divulgação das informações.
Fonte: Folha Online - 20/08/2019

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Com juro baixo, taxa de crédito imobiliário se aproxima do menor patamar da história

Com juro baixo, taxa de crédito imobiliário se aproxima do menor patamar da história

Publicado em 20/08/2019 , por Aline Bronzati e Circe Bonatelli
Inflação sob controle, perspectiva de novos cortes na Selic e aumento da concorrência entre bancos levaram o juro médio dos empréstimos para a compra da casa própria em junho para 7,73% ao ano
Com a inflação sob controle e a perspectiva de novos cortes nos juros básicos da economia até o fim do ano, a taxa cobrada de quem busca o crédito imobiliário caminha a passos largos para o menor nível da história – o que pode ocorrer já em 2020, segundo analistas do setor. Essa expectativa foi impulsionada pela maior concorrência entre os bancos e pela retomada dos financiamentos da Caixa Econômica Federal neste ano. O movimento já se reflete em alta de vendas e lançamentos.
A previsão de redução das taxas de financiamento imobiliário acompanha as quedas da Selic, os juros básicos, hoje em 6% ao ano. A maior parte do mercado financeiro prevê que a taxa caia para 5% ao ano até o fim de 2019, enquanto os mais otimistas falam em 4,75%.
Assim, o juro médio dos empréstimos para compra da casa própria ficou em 7,73% ao ano em junho, conforme dados do Banco Central (BC), que consideram financiamentos para pessoas físicas com recursos direcionados. É um nível parecido com o de fevereiro de 2013, o mais baixo da série, quando estava em 7,69%. Naquela época, porém, a Selic foi cortada para 7,25% ao ano, em um movimento considerado “artificial” – tanto é que o juro baixo não durou muito tempo, e a taxa voltou a subir logo em seguida.
Agora, no entanto, o cenário é diferente: bancos e construtoras acreditam que um novo piso histórico nos juros do crédito imobiliário deverá acontecer naturalmente, graças ao ajuste fiscal em curso no País, à inflação baixa e à tendência de novos cortes na taxa Selic. 
“Se o Banco Central confirmar a expectativa atual de baixar ainda mais a Selic, é natural que haja adequação das taxas de juros do financiamento”, avalia o economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci.
O setor estima que a redução de cada ponto porcentual nos juros básicos represente um desconto de 7% a 8% na parcela do financiamento, o que significa que ela passa a caber no bolso de mais consumidores. “Em São Paulo, são vendidos de 25 mil a 30 mil imóveis novos por ano. Em alguns anos, esse patamar poderia subir para 40 mil”, estima o analista de mercado imobiliário do banco BTG Pactual, Gustavo Cambauva.
Também está no horizonte o novo modelo de crédito para a casa própria, que substitui a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, pela inflação corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 3,22% nos últimos 12 meses até julho. O modelo deve entrar em vigor nos próximos dias, segundo o presidente da Caixa, e a expectativa do setor é que a mudança abra espaço para juros menores.
O copresidente da MRV Engenharia, Rafael Menin, diz acreditar que o mercado nacional poderia até dobrar de tamanho em dez anos, caso haja redução dos juros do financiamento associada ao crescimento sustentável do Produto Interno Bruto (PIB) e à estabilidade política.
“Em uma década, o mercado pode sair do patamar de produção de 600 mil imóveis por ano para um degrau de mais de um milhão de unidades por ano”, calcula Menin. A construtora vem ampliando os negócios e espera chegar a 50 mil unidades lançadas neste ano.
A fisioterapeuta Thaís de Oliveira Braga, de 32 anos, e o marido, o funcionário público Fabio Barbosa Gomes, 38 anos, aproveitaram a queda nas taxas para comprar um apartamento para a família. “Tinha ouvido no rádio que este era o melhor momento dos juros imobiliários. Então, falei: Fabio, é agora.” 
Eles procuraram na internet um imóvel que se encaixasse no orçamento e escolheram um empreendimento na zona norte de São Paulo. No fim do mês passado, o casal deu uma entrada de R$ 160 mil em um apartamento da Gafisa e iniciou o processo de financiamento. O restante do valor do apartamento – o total é de R$ 300 mil – vai ser pago em 420 meses, com uma taxa de juros de 7,99%.
Crise lá fora
Apesar do cenário positivo para o setor, a perspectiva de uma nova crise econômica internacional, que se desenha no horizonte, poderia fazer com que o Brasil voltasse a subir a taxa Selic e, por consequência, a taxa cobrada no financiamento imobiliário aumentasse.
A crise internacional entrou no radar nos últimos dias, após uma sinalização de juros de longo prazo mais baixos nos Estados Unidos, o agravamento da guerra comercial entre americanos e chineses e a previsão de menor crescimento mundial.
O diretor de Economia da Anefac (associação que reúne executivos de finanças), Roberto Vertamatti, estima que se o cenário de crise internacional se confirmar, ela pode se refletir no Brasil, levando a uma desvalorização do real ante o dólar e a uma resposta do Banco Central no aumento dos juros.
Ele avalia que uma nova crise poderia ser particularmente ruim para o Brasil, em um momento em que o País começa a dar os primeiros sinais de recuperação. “A crise internacional poderia comprometer os resultados do PIB de 2020 e 2021.”
Já o coordenador do MBA de gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, pondera que, embora possa haver mudança no cenário internacional, isso não deve ocorrer em menos de um ano.
Ele estima, portanto, que há uma janela para que os juros do financiamento fiquem mais baixos. “É mesmo um bom momento para financiar. Na pior das hipóteses, o consumidor terá até o ano que vem para aproveitar as taxas.” / COLABORARAM ERIKA MOTODA e DOUGLAS GAVRAS
Fonte: Estadão - 19/08/2019